Mimosa Hostilis – Tenuiflora
Jurema – Tepezcohuite
A árvore Mimosa Hostilis / Tenuiflora é uma espécie muito importante na América e no mundo, com propriedades incríveis.
No México é conhecida como Tepezcohuite (Mimosa tenuiflora Wild. Poir.)
No Brasil é conhecida como Jurema (Mimosa hostilis).
Mimosa hostilis é o antigo nome científico da Mimosa tenuiflora, e os dois nomes são sinônimos. Descrita pela ciência há apenas 150 anos, mais tarde foi reconhecido por meio de testes genéticos que a Mimosa tenuiflora mexicana descrita em 1810 é a mesma espécie que a Mimosa hostilis brasileira.
O nome antigo (Mimosa Hostilis) ainda é amplamente utilizado devido à sua presença na literatura e porque os distribuidores de produtos botânicos ainda usam esse nome.
Por outro lado, existem quase vinte espécies mais popularmente conhecidas como “jurema”, e a maioria apresenta alta concentração de alcaloides. Apenas algumas delas, principalmente a “jurema-branca”, não contêm alcaloides triptamínicos.
O DMT é provavelmente a molécula psicoativa mais potente e enigmática que existe e, embora esteja presente de uma forma ou de outra em todos os seres vivos, a ciência não foi capaz de determinar sua funcionalidade.
Também conhecida como “molécula espiritual” e “molécula divina”, a DMT interage com os humanos desde o início dos tempos e também é o ingrediente ativo na composição da bebida ancestral ayahuasca.
Atualmente, a Tepezcohuite/jurema é objeto de pesquisas médicas sobre suas propriedades curativas, antibióticas e regenerativas de células epiteliais.
Nos últimos anos, também ganhou popularidade como elemento para a preparação de análogos da ayahuasca. [
Mimosa Hostilis/ Tenuiflora: efeitos psicoativos
A casca da raiz de Tepezcohuite/Jurema é amplamente utilizada em todo o mundo para a preparação da bebida enteogênica chamada vinho da jurema, juremahuasca, anahuasca ou mihuasca.
A molécula DMT (N,N-dimetiltriptamina) é responsável por seus efeitos psicoativos e está presente tanto na casca do tronco quanto na raiz.
Para fazer esta bebida, a casca da raiz de Tepezcohuite/Jurema é combinada com a semente da arruda síria: Peganum harmala, ou com o cipó ayahuasca; banisteriopsis caapi, responsável por exercer o efeito inibitório necessário sobre a MAO.
A casca da raiz da Mimosa hostilis/tenuiflora geralmente tem 0,25 a 1% de DMT, enquanto as folhas usadas para fazer a bebida ayahuasca são de chakruna (Psychotria viridis) e contêm cerca de 0,20% de DMT. Um surpreendente teor de DMT de 1% a 11% foi encontrado na casca da raiz de espécimes de Chiapas, México.
Mimosa hostilis/tenuiflora também é usada para a extração direta da molécula de DMT puro, que induz experiências muito poderosas e profundas.
Usos medicinais de Mimosa Hostilis/ Tenuiflora
Inúmeros estudos comprovam a grande eficácia da Jurema no tratamento de infecções, pequenas queimaduras, ferimentos e eczemas, e pela sua atividade antimicrobiana.
Tradicionalmente, há muitos outros usos: contra queda de cabelo, dores de cabeça ou de dente; problemas internos como azia, gastrite, úlceras pépticas e duodenais, colite e hemorroidas. Também contra herpes, acne e doenças relacionadas a parasitas (Camargo-Ricalde, 2000).
Nos cultos afro-brasileiros, M. tenuiflora também é usada para curar infecções e tratar inflamações (Albuquerque e Chiappeta, 1994).
LEGISLAÇÃO
Internacionalmente, o DMT é uma droga de Tabela I da Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas. No entanto, o Comentário à Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas observa que as plantas que as contêm não estão sujeitas ao controlo internacional:
“O cultivo de plantas das quais são obtidas substâncias psicotrópicas não é controlado pela Convenção de Viena… Nem a coroa (fruta, broto de mezcal) do cacto Peyote, nem as raízes da planta Mimosa hostilis, nem os cogumelos Psilocybe estão incluídos no Programa 1, mas apenas seus respectivos princípios, mescalina, DMT e psilocina.”
DMT – Relatório da ONU 31/03/2001
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